Como um jogador de videogame adulto (e bota adulto nisso), que praticamente cresceu com a indústria e que possui responsabilidades e valores bem definidos, posso dizer que essa tal de "cultura woke" tem me incomodado bastante. Não é que eu seja contra a inclusão e a diversidade, mas a forma como isso tem sido inserida nos games me parece forçada e muitas vezes prejudica a experiência como um todo, gerando mais animosidade contra as pautas supostamente defendidas.
Narrativas previsíveis e personagens rasos
A busca por representatividade a todo custo tem levado a personagens superficiais e estereotipados. É como se a personalidade deles se resumisse à sua cor, gênero ou orientação sexual. Isso acaba com a imersão e a identificação com a história, elementos essenciais para um bom jogo. Na moral, eu sempre caguei e andei pra sexualidade, gênero, cor ou até planeta dos personagens que gosto. Até hoje um dos meus favoritos é o Frog do Chrono Trigger, um sapo medieval amaldiçoado. O que importam são as ideias e valores que os personagens passam, o resto é irrelevante no contexto gamer.
Militância política
Já cansei de encontrar jogos com mensagens políticas óbvias e panfletárias. Parece que os desenvolvedores querem me doutrinar em vez de me entreter. Um bom jogo deve ser uma peça artística, não um palanque político. Nao duvido nada que daqui a pouco vai rolar "propaganda eleitoral gratuita" no Fortnite (game que detesto, só pra ficar claro).
A cultura woke também tem promovido a censura e o boicote de jogos e desenvolvedores que não se encaixam em seus padrões. Isso é um ataque à liberdade artística e à liberdade de expressão, valores que eu prezo muito. São inúmeras, e em muitos casos injustas, as campanhas de cancelamento em massa orquestradas contra pessoas que simplesmente discordaram dessa visão ativista e irreal dos militantes, sejam eles anônimos, famosos ou da mídia "especializada".
Remakes e reboots desnecessários
Muitas franquias clássicas estão sendo "reimaginadas" com o objetivo de se adequar à agenda woke. O problema é que essas mudanças geralmente ignoram a essência do jogo original e acabam decepcionando os fãs antigos, pois a audiência alvo dessas modificações não consome esse tipo de produto.
Mais recentemente tivemos o Dragon Age "FailGuard", o qual se Deus me der forças vou tentar jogar e fazer um review. Os desenvolvedores jogaram fora toda a bagagem da franquia mirando um "público moderno", resultando em um fiasco completo, com vendas muito aquém em relação a outros títulos do gênero.
E nunca poderemos deixar de citar o caso Concord, que não é um remake ou reboot, mas claramente foi produzido para um publico que passa bem longe dos games.
Falta de foco na qualidade
Com tanto foco em agendas sociais e políticas, a qualidade dos jogos acaba ficando em segundo plano. Muitos jogos modernos são lançados com bugs, problemas de performance e histórias mal escritas. Isso se deve ao fluxo de caixa direcionado para consultorias especializadas em fazer merda inclusão e diversidade, sobrando menos grana pro desenvolvimento técnico do game. Essa é a receita do fracasso.
No fim das contas, o que eu quero é jogar um bom jogo, com uma história envolvente, personagens memoráveis e jogabilidade desafiadora. Não preciso de sermões ou lições de moral: chega de palestrinhas. A cultura woke nos games tem se tornado um obstáculo pra que os jogos cumpram seu único objetivo: o entretenimento.
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