Night City, que um dia foi palco de polêmicas e incertezas, hoje assenta sobre uma base de redenção e sucesso. Após a jornada espetacular de Cyberpunk 2077 e sua aclamada expansão, Phantom Liberty, a CD Projekt Red não pisa no freio. Pelo contrário, pisa fundo no acelerador. A notícia que todos esperavam foi confirmada: Projeto Orion, a sequência de Cyberpunk 2077, é oficial e já entrou na fase de pré-produção.

cyberpunk 2077

Não se pode falar de Orion sem antes olhar para o legado de seu antecessor. O lançamento conturbado de Cyberpunk 2077 em 2020 é uma história bem conhecida, mas o que veio depois é o que realmente importa. Com um esforço monumental, atualizações precisas e a expansão Phantom Liberty, a CDPR não apenas consertou um jogo, mas restaurou a confiança de sua comunidade.

Esse arco de redenção é o alicerce de Orion. A liderança do projeto está nas mãos de veteranos que navegaram essa tempestade, incluindo o diretor Gabe Amatangelo, o mesmo que comandou o sucesso de Phantom Liberty. Sua filosofia, centrada na confiança da equipe, em um planejamento robusto e, acima de tudo, em "se colocar no lugar do jogador", sinaliza uma abordagem mais madura e consciente para a nova jornada.

De Night City a Chicago que deu errado

Uma das revelações mais empolgantes veio do próprio criador do universo Cyberpunk, Mike Pondsmith. O Projeto Orion não nos prenderá apenas aos limites de Night City. Teremos uma nova metrópole para explorar: um lugar descrito com a evocativa frase "Chicago que deu errado".

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Pondsmith fez questão de frisar que essa nova cidade terá uma atmosfera completamente diferente da estética Blade Runner de Night City. A lore do universo já nos dá pistas sombrias: uma Chicago devastada pelo colapso dos EUA, por uma pandemia catastrófica e pela Quarta Guerra Corporativa. A introdução dessa nova área, que coexistirá com Night City, abre um leque de possibilidades narrativas, permitindo explorar facetas contrastantes dessa distopia e, quem sabe, aprofundar os temas políticos dos Novos Estados Unidos da América (NUSA), já apresentados em Phantom Liberty.

Unreal Engine 5 e ambições tecnológicas

Outra mudança fundamental é a aposentadoria do motor gráfico proprietário da CDPR, o REDengine. Tanto o Projeto Orion quanto o próximo The Witcher serão desenvolvidos na Unreal Engine 5. Mas o que isso significa na prática?

Para os jogadores, a promessa é de um salto visual e técnico. Tecnologias como Nanite e Lumen permitem a criação de ambientes com uma complexidade geométrica e uma iluminação dinâmica ultrarrealistas. Mais do que apenas gráficos bonitos, essa mudança estratégica dá à CDPR acesso a ferramentas mais maduras e a um pool de talentos global, otimizando o desenvolvimento.

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Essa nova base tecnológica sustenta uma das metas mais ambiciosas para Orion: criar o "sistema de multidão mais realista e reativo já visto" em um jogo. A ideia é transformar os habitantes da cidade de meros figurantes para um ecossistema vivo, que responde de forma inteligente e crível às ações do jogador, elevando a imersão a um novo patamar.

Liderança e visão

O desenvolvimento de Orion está sendo liderado pelo novo estúdio CD Projekt Red North America, com equipes em Boston e Vancouver. Essa expansão para o mercado norte-americano é estratégica, não apenas para captar talentos, mas para se aproximar das raízes da "história americana" que o gênero cyberpunk muitas vezes explora.

A liderança do estúdio já sinalizou uma visão clara: ir além do que foi feito em 2077. Paweł Sasko e Dan Hernberg afirmaram que, em retrospecto, o primeiro jogo "apenas tocou a superfície" de temas sociais complexos. Para Orion, a ambição é mergulhar mais fundo em questões como a crise dos sem-teto, a disparidade de riqueza e a exploração por megacorporações, usando o "mundo quebrado" de Cyberpunk para fazer um comentário social ainda mais pungente e relevante.

A CDPR não está pensando em Orion como um produto isolado. A estratégia é criar um verdadeiro "ecossistema da franquia". O sucesso estrondoso do anime Cyberpunk: Edgerunners foi a prova de que o universo tem força para brilhar em outras mídias.

Um projeto live-action em parceria com a Anonymous Content (produtora de True Detective e Mr. Robot) já está em andamento, prometendo explorar uma nova história dentro do mesmo mundo. Com Orion como pilar interativo, essa expansão transmídia visa criar uma narrativa coesa que se estende por jogos, séries e animações, mantendo o universo vivo e pulsante por muitos anos.

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O caminho até o lançamento do Projeto Orion será longo — provavelmente não o veremos antes do final da década. No entanto, as bases que estão sendo lançadas são sólidas. Com uma liderança forjada no fogo da redenção, uma nova e poderosa tecnologia, e uma visão criativa que busca mais profundidade e ousadia, a espera promete valer a pena. A CD Projekt Red não está apenas fazendo uma sequência; está se preparando para definir a próxima geração da experiência cyberpunk.

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