A estabilidade na indústria de videojogos parece cada vez mais uma ilusão. No dia 22 de julho, o estúdio britânico Supermassive Games, aclamado por seus jogos de terror como Until Dawn e The Quarry, anunciou mais uma rodada de demissões, afetando até 36 funcionários. O caso é um microcosmo de uma crise que varre o setor de forma avassaladora.

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A notícia dos cortes veio junto com o adiamento de seu próximo jogo, Directive 8020, que foi empurrado para o primeiro semestre de 2026. Esta não é a primeira vez que o estúdio encolhe; no ano passado, cerca de 90 funcionários já haviam sido dispensados. A reação da comunidade foi de solidariedade aos desenvolvedores e preocupação com o "crash" contínuo do setor.

Uma onda de demissões varrendo a indústria 

Os problemas da Supermassive são, infelizmente, a norma. Desde 2022, estima-se que 35.000 empregos foram perdidos na indústria de games. Embora o ritmo em 2025 (cerca de 4.000 demitidos até julho) seja menor que o de 2024 (14.600), o estrago persiste. Apenas este ano, a Microsoft cortou até 9.000 postos de trabalho em suas divisões Xbox, a PlayStation Studios demitiu 900 pessoas e a Unity cortou 1.800. A lista de empresas afetadas é longa e assustadora.

As causas da crise: orçamentos, IA e economia 

As raízes do problema são complexas. Acredita-se que uma superexpansão das equipes durante a pandemia, seguida por uma desaceleração nos gastos dos consumidores, seja um dos fatores. Outro é o custo de desenvolvimento de jogos AAA, que frequentemente ultrapassa os 200-300 milhões de dólares, tornando cada lançamento um risco financeiro gigantesco.

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A ascensão da Inteligência Artificial Generativa também adiciona uma camada de incerteza. Embora vista por alguns como uma ferramenta, o medo de que a IA esteja sendo usada para substituir funções humanas, especialmente em áreas como narrativa e controle de qualidade, é uma preocupação crescente e real.

O custo humano e o futuro dos games 

Essas demissões não são apenas números. Elas representam uma perda de talento, o cancelamento de projetos inovadores e um aumento do burnout em uma área já conhecida pela alta pressão. O resultado pode ser uma indústria mais avessa a riscos, com menos criatividade e mais sequências seguras. Em meio ao caos, crescem os apelos por sindicalização e melhores regulamentações para proteger os trabalhadores que dão vida aos nossos mundos favoritos.

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