O produtor sênior Philippe Ducharme revelou em entrevista à Inverse que o filme Civil War (2024), de Alex Garland, foi um “bom referencial” para a nova campanha, sobretudo na forma como subverte os clichês de filmes de guerra ao acompanhar jornalistas militares em uma América dilacerada pela secessão. Para o diretor criativo Roman Campos-Oriola, interessa especialmente o conceito de “pessoas talentosas, porém comuns, colocadas em situações extraordinárias” — uma premissa que promete humanizar os conflitos e aprofundar laços entre personagens.
Além do cinema, a equipe de desenvolvimento trouxe aprendizados do remake de Dead Space (2023), produzido pelo estúdio EA Motive. Ducharme explicou que ali se estudou a “curva de tensão” — o equilíbrio entre altos e baixos narrativos que mantém o jogador engajado — e que essa mentalidade será adaptada para o ritmo de Battlefield, mesmo reconhecendo as diferenças de gênero entre ambos os jogos.
Estrutura e vazamentos do Battlefield Labs
Segundo as informações disponíveis, a campanha combinará sequências cinematográficas inspiradas em Civil War com picos de tensão reminiscentes de Dead Space, alternando missões de infiltração, escolta de civis/jornalistas e grandes batalhas de larga escala. A promessa é criar uma experiência mais imersiva, em que a empatia pelos personagens se soma à adrenalina dos tiroteios.
Recentes vazamentos de gameplay do Battlefield Labs confirmaram o retorno de uma mecânica polêmica introduzida em Battlefield 5: o “landing roll” (rolamento ao pousar), que agora parece menos fluido e até suscetível a causar tontura nos jogadores. A comunidade reagiu com cautela, apontando que a iteração inicial do playtest soa “mais pesada” e “menos responsiva” que em BF5, levantando dúvidas sobre o quão polida essa funcionalidade estará no lançamento.
Com o adiamento de Grand Theft Auto VI para maio de 2026, a EA identificou uma janela de lançamento menos concorrida no segundo semestre de 2025. O CEO Andrew Wilson afirmou que “a janela está mais clara do que antes” e que a ausência de GTA 6 representará uma oportunidade para Battlefield capturar mais atenção do público
Essa confiança se refletiu também no mercado financeiro: após o anúncio do próximo Battlefield, as ações da EA subiram mais de 6% fora do pregão, com analistas projetando receitas entre US$ 7,6 bi e US$ 8 bi para o ano fiscal de 2026, puxadas pelo forte portfólio esportivo e pelo lançamento do shooter.
O novo Battlefield ambiciona mesclar o tom dramático e distópico de Civil War com o domínio de ritmo narrativo herdado de Dead Space, ao mesmo tempo em que resgata e reaprimora mecânicas consagradas. Com o mercado mais favorável após o atraso de GTA 6, a EA joga alto: resta aos jogadores aguardar as próximas demonstrações oficiais para ver se todas essas influências e ajustes técnicos se transformarão em um título à altura das expectativas.
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