Spore, lançado em 2008, prometia ser uma revolução nos jogos de simulação, permitindo que os jogadores criassem e evoluíssem suas próprias espécies desde uma célula até a conquista espacial. No entanto, o resultado final, embora tenha agradado muitos jogadores, foi considerado insatisfatório pela Eletronic Arts, distribuidora do game. O que deu errado?
O jogo foi inspirado no curta-metragem Powers of 10, que mostra a vastidão do universo em uma sequência de zooms. Will Wright, designer de jogos americano e criador da Maxis, queria capturar essa sensação de escala e evolução, mas a execução não foi tão grandiosa quanto a ideia original.
Inicialmente, Spore tinha várias versões, onde o jogador poderia ser um escultor de galáxias ou uma força da natureza. Após alguns testes, a desconexão entre os estágios se tornou evidente e incômoda, o que fez com que o foco mudasse para a evolução de uma espécie, começando como um organismo celular e progredindo até a conquista do espaço.
O criador de criaturas
Um dos pontos altos de Spore foi o criador de criaturas. Ele permitia uma grande liberdade criativa, e foi extremamente complicado de se implementar. A equipe de desenvolvimento teve que encontrar um equilíbrio entre flexibilidade e funcionalidade. A solução foi usar um modelo 3D chamado metaball, que permitia criar formas de maneira intuitiva.
A estrutura do jogo
Spore foi dividido em cinco estágios, cada um baseado em um gênero de jogo diferente:
- Estágio celular: inspirado em Pac-Man.
- Estágio da criatura: semelhante a Diablo.
- Estágio tribal: baseado em Populous.
- Estágio de civilização: lembrando Civilization.
- Estágio espacial: inspirado em Masters of Orion.
Essa abordagem, embora interessante, resultou em um jogo que fazia muitas coisas, mas nenhuma delas de forma excepcional.
Uma das críticas mais comuns a Spore é que ele é raso. Os jogadores eram obrigados a passar por todos os estágios, mesmo que não gostassem de todos os gêneros. Isso resultou em uma experiência que, embora variada, não era satisfatória para muitos. A ideia de experimentar a evolução de uma espécie acabou ofuscada pela falta de profundidade em cada fase, pois eram tantos gêneros que foi impossível desenvolvê-los de forma mais robusta.
A liberdade criativa no criador de criaturas era um dos aspectos mais atraentes do jogo. Mas as consequências das escolhas do jogador eram mínimas. A mecânica que determinava a eficácia das criaturas era complexa e, muitas vezes, frustrante. Isso levou a uma experiência em que a criatividade era incentivada, mas não recompensada de forma significativa.
Spore foi uma tentativa ambiciosa de criar um jogo que abordasse a evolução de uma maneira única. Embora tenha falhado em muitos aspectos, ainda é lembrado por sua inovação e pela liberdade que ofereceu aos gamers. A ideia de um jogo que englobasse tudo, desde células até galáxias, era inspiradora, mas a execução e as limitações da época atrapalharam nesse sentido. É com certeza um game que merecia um remake!
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